Fórum organizado em conjunto com o Banco Central adota conceito de cidadania financeira para atingir objetivo estratégico de fomentar a educação financeira, melhorar a qualidade dos serviços e ampliar a inclusão financeira
O presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos, afirmou durante a abertura do Fórum da Cidadania Financeira, promovido pelo Banco Central do Brasil (Bacen), que o financiamento da produção é o grande desafio colocado para a inclusão financeira no Brasil. “O sistema financeiro nacional privilegia a pessoa física e o atendimento do consumo ”, alertou.
Ele também propôs que o governo federal libere parte dos depósitos compulsórios dos bancos para financiar as micro e pequenas empresas. “São os pequenos negócios que estão segurando o saldo positivo do emprego no país. Porém, as taxas de juros mensais de 4,0% que vêm sendo cobradas pelo sistema financeiro não fornecerão o oxigênio necessário para fazermos a travessia da crise”, ponderou Afif.
O dirigente do Sebrae Nacional também revelou que o financiador de 72% das micro e pequenas empresas são os seus fornecedores de bens e serviços por meio dos cheques pré-datados. “A pesquisa realizada pelo Sebrae Nacional sobre o relacionamento dos pequenos negócios com o sistema financeiro indica, ainda, que a grande maioria dos microempreendedores individuais (MEI) tem acesso ao crédito por meio de pessoas físicas”, constatou.
Inclusão financeira
O diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania Luiz Edson Feltrim representou o Bacen durante a abertura do Fórum Cidadania Financeira, em Brasília. Ele destacou a importância da “longa e exitosa” parceria com o Sebrae Nacional para ampliar a inclusão financeira dos pequenos negócio nós últimos 13 anos.
Os números apresentados pelo Bacen durante o evento mostram que, na última década, houve um aumento considerável do processo de bancarização no país – quase a metade da população adulta está incluída no sistema financeiro – e da capilaridade das instituições financeiras – atualmente todos os municípios brasileiros possuem pelo menos um ponto de atendimento – graças à figura do correspondente bancário e da ampliação do sistema eletrônico (internet banking).
Feltrim destacou também a contribuição positiva do cooperativismo de crédito no processo de inclusão financeira. “Em 2010 havia cerca de 4 milhões de cooperados. Nesse ano já são mais 7,5 milhões e a meta lançada pelo presidente Alexandre Tombini é atingir 10 milhões até o final de 2016”, afirmou o diretor do Bacen.
No entanto, o dirigente lembrou que não basta ampliar a oferta dos serviços financeiros: “Precisamos melhorar a qualidade dos serviços. Queremos também que os cidadãos sejam empoderados para exercer a cidadania financeira em nosso país”, defendeu. Desse modo, o objetivo estratégico do Bacen é trabalhar com o conceito de cidadania financeira, cujos pilares são a educação financeira, a proteção ao consumidor e a inclusão financeira.
Portal das SGC, Ronaldo de Moura
Matéria produzida em 04 de novembro de 2015.